segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Grupo de Língua Portuguesa tem um Blog

DESBRAVADORES DA LÍNGUA, nele encontramos os textos produzidos e textos que achamos interessantes.Visite-nos
gestarsbu.blogspot.com








Gestar II em São Bento do Una - Compromisso e Motivação
Registrando as oficinas

O primeiro encontro com os cursistas foi de muita expectativa, todos já tinham perguntado por várias vezes quando se daria o início do Programa,pois bem o nosso primeiro encontro aconteceu no dia 02 de maio, pela manhã.
No momento inicial recepcionamos, digo recepcionamos porque o formador de Matemática realiza os encontros nas mesmas datas e horários da turma de Língua Portuguesa, com a exibição do vídeo “Os Melhores do Mundo” cena Superação. O resultado foi o esperado: Descontrair, fazer rir uma e promover uma reflexão acera da importância de se ter força de vontade e superar as dificuldades pessoais e profissionais e pegando a deixa aproveitamos para parabenizarmos o esforço de cada um em participar do Programa mesmo sendo aos sábados, dia de descanso.
Dando continuidade apresentamos os slides explicitando os detalhes do Programa Gestar II, em seguida entregamos o material,TPs e AAAs para apreciação.Foi unânime a opinião de que o material e a metodologia do Programa atende completa- mente as necessidades exigidas na prática docente.Após a apresentação e encerrada as falas paramos para um lanche.
No segundo momento dividimos as turmas para que pudéssemos tratar das especificidades da área. Assim foram apresentados os temas de cada TP e simultaneamente eram feitas considerações sobre a relevância de cada um; essa discussão levou tempo e foi muita proveitosa uma vez que oportunizando a fala ficava cada vez mais evidente os anseios, dificuldades e curiosidades do grupo.Logo em seguida, o calendário das oficinas foi entregue para que todos se organizassem ao longo do curso e evitassem ao máximo faltar aos encontros.
Bem, não podemos considerar esse primeiro encontro como uma oficina propriamente dita, mas com certeza foi de grande importância para a socialização do grupo que demonstrou motivação em fazer parte do GESTAR II.

Oficina 5 – unidade 10

O segundo encontro aconteceu no dia 09 de maio de 2009, quando iniciamos o estudo da TP 3, conforme havia sido explicado anteriormente iniciaríamos com esta TP pelo tema que serviria de base para todas as TPs:Gêneros e Tipos Textuais.
A exemplo de como as unidades eram apresentadas durante os encontros de formadores se deu também nos encontros dos cursistas.A cada slide apresentado era dado espaço para observações e questionamentos.Foi muito interessante a discussão sobre gêneros emergentes,constatou-se a importância de se estudar vários gêneros, sejam formais ou informais,com alunos para que a leitura e a escrita tenham de fato uma função social.
O primeiro texto apresentado foi “Um novo José” com o objetivo de demonstrar que um texto pode e muitas vezes é um intertexto e mais, que um gênero pode não ter uma determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Neste exemplo temos um gênero funcional (artigo de opinião) com o formato de outro (poema ).
O segundo texto trabalhado foi “Poema tirado de uma notícia de jornal” de Manuel Bandeira, com a leitura deste iniciamos a análise do que é um texto literário e já demos início aos objetivos da Unidade:
n Distinguir as características de gênero literário e de gênero não-literário;
n 2- Caracterizar gênero poético, de acordo com a função estética da linguagem;
n 3- Caracterizar uma das formas de realização do gênero poético: o cordel.

Em seguida mostrei um texto elaborado por mim, de mesmo conteúdo para que após as comparações houvesse a possibilidade de classificação de gênero em literário ou não-literário.

JORNAL GESTAR NOTÍCIAS

Homem é encontrado morto na Lagoa Rodrigo de Freitas. Policiais foram chamados na manhã dessa sexta-feira para retirada de um corpo que boiava na Lagoa Rodrigo de Freitas. O homem, segundo informações, era morador Do morro da Babilônia.

Para o estudo sobre Tipos Textuais apresentei uma tabela com os tipos e os gêneros pertencentes a cada um e após as observações do grupo propus a leitura do texto “A pesca” de Affonso Romano de Sant’Anna e em seguida solicitei que quatro grupos fossem formados para realização da seguinte atividade: Reescrever o texto em:
n Prosa narrativa
n Prosa descritiva
n Prosa Injuntiva
n Prosa dissertativa

Eis as produções:

Produções a partir do texto “A pesca” de Affonso Romano de Sant’Anna


PROSA DISSERTATIVA

Em um país tropical em que o anil do céu se destaca, Vê-se no silêncio do mar uma prática que vem se tornando cada vez mais comum: a pesca predatória que degrada a fauna marítima causando desequilíbrio ambiental.
A falta de conscientização das pessoas tem contribuído para tal realidade, onde se nota um completo descaso quanto ao uso correto dos equipamentos e até mesmo o respeito e cuidado com os peixes.
A pesca esportiva praticada por amadores revela o despreparo, ignorância, e consequentemente a crueldade a estes animais, que por vezes ao serem devolvidos ao mar acabam morrendo devido aos graves ferimentos.
Um problema gera outro, esses peixes são levados pelas ondas até a areia causando a poluição das praias.

Maria Célia, Cássia,Willian e Nielson





PROSA INJUNTIVA

Como fazer uma boa pescaria

Para ter uma pescaria bem sucedida escolha um dia de céu azul e prepare o seu anzol, não se esqueça da isca!
Deixe suas preocupações de lado: nada de ficar marcando o tempo e, em silêncio, lance o anzol com a agulha na posição vertical, deixando-a mergulhar na água.
Quando o anzol perfurar a garganta do peixe, arranque-o da água e retire-o.
Agora é só tratá-lo e degustá-lo curtindo a areia e o sol.

Erivania Barbosa, Elioneide , Wedna Cristina, Anunciada e Fernanda.



PROSA NARRATIVA

Em um lindo dia ensolarado de céu azul-anil, o pescador resolveu sair de casa, em silêncio, aproveitando o bom tempo que pairava sobre a praia, para fisgar um peixe.
Chegando à beira-mar, encaixou com cuidado a isca na agulha e num lance aquilino certeiro, mergulhou na água o anzol. Após uma longa espera percebeu que a linha agitava ainda mais a espuma que se formava ao redor do equipamento. O tempo de espera não havia sido em vão, pois um grande peixe surgiu quebrando o longo silêncio. O pescador retirou com um arranco da garganta do animal o anzol que o fisgou, ferindo-lhe a boca.
Estabanado de tanta fúria o homem relaxou na areia e aproveitou o lindo dia de sol e céu azul, saboreando a vítima.

Rossana ,Cristiane , Micheline, Carmelinda e Magneide


O grupo que ficou com a Prosa Descritiva não entregou a produção e se comprometeu a apresentar no próximo encontro.

Após as apresentações fiz alguns comentários sobre a função social da escrita e o ensino produtivo e reflexivo da Gramática e deixei aberta a fala para avaliar o encontro. Finalizei solicitando que escolhessem um Avançando na Prática e aplicassem em sala de aula para posterior relato no próximo encontro. Alguns já tinham escolhido trabalhar com a Literatura de Cordel, especialmente os professores que lecionam no período noturno, por se tratar de um gênero que aborda temas pertinentes ao cotidiano de jovens e adultos mais maduros.






Oficina Livre – estudando as Unidades 10 e 11

Conhecimento Prévio e Leitura de Mundo, esses foram os temas abordados no 3º encontro, no dia 30 de maio. A intenção era tornar prazerosa a leitura, para tanto foram usados os slides “As letras” e após reflexão sobre o texto questionar: será que os nossos alunos entenderiam a mensagem?
Como era de se esperar as respostas forma unânimes: Alguns trechos eles iriam entender facilmente, pois tem um conhecimento ou uma leitura de mundo, um exemplo é o seguinte trecho:
As letras podem aliviar
WC
Assim as discussões circularam em torno de que trabalhar um texto em sala de aula e conseguir despertar prazer, curiosidade nos alunos exige planejamento com objetivos claros. Um texto pode ser muito interessante e prazeroso para o professor, no entanto chato e sem sentido para o aluno.
Encerradas as abordagens demoramos bastante tempo nos relatos do Avançando na prática. As experiências, de um modo geral, foram animadoras: Segundo os professores a metodologia do Programa facilita a aprendizagem. A maioria escolheu O avançando na prática que propunha um jogo, onde cada grupo teria que descrever um objeto, dessa maneira a tipologia textual a ser trabalhada seria a descrição. Já os professores que lecionam em salas com alunos de mais idade preferiram trabalhar o Avançando que sugeria o estudo da Literatura de cordel. Este foi sem dúvida um momento importante na oficina. A troca de experiência foi estimulante!
Dando continuidade realizamos atividades na TP 3 Unidade 11, o que seria uma espécie de preparação para a Unidade 12.

Oficina 06 – Unidade 12

Machado de Assis e Chico Buarque são os convidados de honra desse encontro.

Os textos Geni e o Zepelim , de Chico Buarque e Um Apólogo de Machado de Assis são os textos da vez:

Geni E O Zepelim
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
De tudo que é nego tortoDo mangue e do cais do portoEla já foi namoradaO seu corpo é dos errantesDos cegos, dos retirantesÉ de quem não tem mais nadaDá-se assim desde meninaNa garagem, na cantinaAtrás do tanque, no matoÉ a rainha dos detentosDas loucas, dos lazarentosDos moleques do internatoE também vai amiúdeCom os velhinhos sem saúdeE as viúvas sem porvirEla é um poço de bondadeE é por isso que a cidadeVive sempre a repetirJoga pedra na GeniJoga pedra na GeniEla é feita pra apanharEla é boa de cuspirEla dá pra qualquer umMaldita GeniUm dia surgiu, brilhanteEntre as nuvens, flutuanteUm enorme zepelimPairou sobre os edifíciosAbriu dois mil orifíciosCom dois mil canhões assimA cidade apavoradaSe quedou paralisadaPronta pra virar geléiaMas do zepelim giganteDesceu o seu comandanteDizendo - Mudei de idéia- Quando vi nesta cidade- Tanto horror e iniqüidade- Resolvi tudo explodir- Mas posso evitar o drama- Se aquela formosa dama- Esta noite me servirEssa dama era GeniMas não pode ser GeniEla é feita pra apanharEla é boa de cuspirEla dá pra qualquer umMaldita GeniMas de fato, logo elaTão coitada e tão singelaCativara o forasteiroO guerreiro tão vistosoTão temido e poderosoEra dela, prisioneiroAcontece que a donzela- e isso era segredo delaTambém tinha seus caprichosE a deitar com homem tão nobreTão cheirando a brilho e a cobrePreferia amar com os bichosAo ouvir tal heresiaA cidade em romariaFoi beijar a sua mãoO prefeito de joelhosO bispo de olhos vermelhosE o banqueiro com um milhãoVai com ele, vai GeniVai com ele, vai GeniVocê pode nos salvarVocê vai nos redimirVocê dá pra qualquer umBendita GeniForam tantos os pedidosTão sinceros, tão sentidosQue ela dominou seu ascoNessa noite lancinanteEntregou-se a tal amanteComo quem dá-se ao carrascoEle fez tanta sujeiraLambuzou-se a noite inteiraAté ficar saciadoE nem bem amanheciaPartiu numa nuvem friaCom seu zepelim prateadoNum suspiro aliviadoEla se virou de ladoE tentou até sorrirMas logo raiou o diaE a cidade em cantoriaNão deixou ela dormirJoga pedra na GeniJoga bosta na GeniEla é feita pra apanharEla é boa de cuspirEla dá pra qualquer umMaldita Geni

Um Apólogo
Machado de Assis
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.


A intenção primeira era identificar os critérios de definição para gêneros textuais e fizemos a leitura sobre alguns tópicos que considero importantes:
· além do plano composicional – ou das estruturas lingüísticas –, fatores “exteriores” ao texto: os objetivos, os interlocutores, as relações sociais entre eles, a formalidade e as exigências da situação, etc. Esses fatores são historicamente construídos e , apesar da aparente liberdade na construção dos gêneros, o falante mais atende a “direcionamentos” culturais para suas escolhas do que faz, de fato, valer seu arbítrio.(152 e 153)
· Os tipos textuais, definidos pela predominância das características lingüísticas, compõem o plano composicional dos gêneros: aparecem na forma de organização do texto. Podem servir também como parte da classificação dos gêneros quando são necessários ou ocorrem com muita freqüência em um ou outro.
· De qualquer maneira, é inevitável a articulação entre gêneros e tipos, pois nestes se constróem lingüisticamente aqueles.

Nos encontros anteriores percebi um misto de inquietação e curiosidade e ao mesmo tempo necessidade de relembrar as Escolas Literárias para melhor análise e compreensão textual, sendo assim dinamizei a divisão dos grupos entregando cartões com nomes de algumas escolas e respectivas características. Foi uma confusão. Mas no final deu certo e todos estavam bem familiarizados com o Romantismo, Parnasianismo, Modernismo e Realismo. A tarefa era a seguinte:
Proposta de trabalho usando o texto- Letra da música Geni e o Zepelim de Chico Buarque e Apólogo de Machado de Assis

Questões a serem discutidas no grupo para posterior apresentação

Grupo ROMANTISMO
Enumerar as sequencias tipológicas no Textos Um Apologo
Classificar o texto quanto a tipologia e gênero textual
Grupo REALISMO
Qual característica do Realismo está mais evidenciada no texto Um Apológo?
Qual a semelhança temática entre o texto de Machado de Assis e de Chico Buarque ?
Grupo MODERNISMO
Qual característica do Modernismo está mais evidenciada no texto Geni e o Zepelim?
A qual Tipo e Gênero textual pertence o texto Geni e o Zepelim? Justifique
Grupo PARNASIANISMO
§ O que faz do Texto Geni e o Zepelim ser considerado literário?
§ Apesar do texto Geni e o Zepelim ter rimas, vocabulário um tanto formal ele não se enquadra no Parnasianismo.Por quê?

As observações foram fantásticas e melhor ainda, nesse momento os professores perceberam quão prazeroso é ler e trabalhar de maneira inovadora com textos que muitas vezes parecem extensos ou complexos demais para os alunos.
E ainda melhor foram as produções:

Geni e o Zepelim

Em uma sociedade de costumes requintados surge uma mulher que faz e acontece. Geni, a alegria de uns e o algoz de outros. Muitos passaram pelos braços de Geni: era nego torto, cegos, moleques, detentos, velhinhos a beira da morte e até viúvas. Para ela o local não importava, onde desse pra encaixar Geni estava lá. Diante de tais comportamentos era odiada pela parte que não se beneficiava de seus serviços. Era gente querendo jogar pedra, cuspir, coitada da Geni.
Um belo dia eis que o feitiço vira contra os feiticeiros, a cidadezinha é invadida por um zepelim com um arsenal já mais visto nem mesmo em filmes de guerra. Todos moradores borram-se ao ver descer do zepelim o comandante, uma figura assustadora de tamanho incalculável. O pânico tomou conta da cidadezinha tendo como certeza virarem geleia. Porém um pronunciamento trouxe à esperança no rosto de todos. O comandante diz ter uma mudança de planos. Logo, os moradores abriram um sorriso, mas nunca imaginavam o motivo pelo qual havia feito o comandante mudar seus planos. Em alto e bom som disse repugnar as atitudes daqueles moradores, mas estava disposto a refutar a sua decisão se aquela morena o fizesse gemer á noite toda. Em alto e bom som tom todos começaram a gritar: vai com ele Geni; Bendita Geni. Era prefeito, bispo, pastores, suplicando para que ele se entregasse a ele. Ela pensou em não ceder, entretanto diante de tantos apelos, lambuzou-se com o forasteiro, o fez subir pelas as paredes até que o mesmo partisse.
A cidadezinha foi salva e graças a Geni. Mas após a partida do comandante , era bosta, cuspe, pedra, tudo na cara da coitada. Maldita Geni! Se tu não tivesse dado eles não estariam aqui.
Grupo: WILLIAM, MICHELINE, ERIVÃNIA E ALBÉRIO

Geni e o zepelim
Era uma vez uma mulher que namoradeira que não negava uma noite de prazer, nem aos negros do cais do porto. Seu corpo era propriedade de todos, cegos, retirantes, errante. Era assim desde menina, dava em qualquer esquina, o que ela menos se importava era com o ambiente fosse em uma garagem, numa cantina ou no mato...
Com tamanha fama, Geni era descriminada por aquelas pessoas que não concordavam com sua forma de vida. Sendo assim, repetiam sempre:
_ Joga pedra na Geni, ela é feita pra apanhar, ela é boa pra cuspir, ela dá pra qualquer um maldita Geni.
E pensaram e disseram sempre o mesmo sobre, até que um, eis que surge um Zepelim que abriu dois mil orifícios e deixou a cidade apavorada, pronta para ser destruída, mas dele desceu o comandante dizendo:
_Mudei de idéia. Resolvi explodir esta cidade ao ver tanto horror, mas posso evitar tudo isso, se aquela formosa dama esta noite me servir.
Neste momento as pessoas mudaram o discurso quanto a Geni,dizendo:
_ Vai com ele, vai Geni.Você pode nos salvar, você vai nos redimir...Bendita Geni.
Tanto que imploraram que Geni dominou o asco, entregando-se naquela noite àquele homem repugnante,que a fez de objeto até ficar saciado.
Antes de amanhecer o homem foi embora com seu Zepelim prateado. Ela aliviada por um instante tentou até sorrir, mas foi ao raiar do dia que a cidade tornou a repetir:
_Joga pedra na Geni...Maldita Geni.

Grupo:MARIA CÉLIA, KÁTIA JUMÁRIA,ERIVALDO,CRISTIANA e CÁSSIA



Geni e o Zepelim

Como uma Madalena condenada, Geni era “amada” pelos homens e odiada pelas mulheres. Com seu andar provocante quadris largos e coxas torneadas esbanjavam formosura, num corpo esculpido pela natureza, despertava os mais indecentes desejos.
Assim era Geni, amais bela mulher de vida fácil já encontrada naquela pacata cidade -um tribunal da inquisição,prestes a executá-la por ser tão popular e à frente do seu tempo.Todos a odiavam e a invejavam.Ela era de todos, mas não pertencia a ninguém.
Um dia, vindo de um Zepelim prateado, incumbido de arrasar aquela maldita cidade surge um comandante que se rende aos dotes de Geni.Uma paixão avassaladora que mudaria o destino da cidade,causando também uma mudança brusca no comportamento da população.
Geni,antes desprezada,agora torna-se a heroína de que o povo precisava.A única capaz de salvar a população de um desastre tão iminente.E Geni, foi sim, a salvadora,apesar do asco que sentia.
Apesar de ter salvado a cidade, não foi Geni, capaz de redimir às pessoas.Voltou a ser uma Geni qualquer.

Grupo:MARIA ANUNCIADA, MARIA CARMELINDA e NIELSON

Ave, Geni!
Uma maldita Geni, muito namoradeira, era famosa na cidade pelas aptidões sexuais. Relacionando-se com homens de todos os tipos, preferencialmente os mais humildes por se parecerem com ela. Os negros do mangue eram seus favoritos, assim como os do cais do porto.
Todos os homens que ali moravam, inclusive retirantes tinham acesso ao corpo de Geni.
Desde menina já era afoita, não havia lugar apropriado para se relacionar com qualquer um, e por isso, ficou famosa e discriminada pela sociedade. A população queria apedrejá-la.
Certo dia surgiu um enorme Zepelim pairando sobre os edifícios, com dois mil canhões apontados para a cidade, pois o comandante achando tanto horror e iniqüidade resolveu destroçá-la.
A cidade inteira parou para assistir a cena, mas o comandante, ao ver Geni,propôs evitar o drama caso àquela dama cedesse aos desejos dele.Essa dama era Geni.
Neste momento a maldita virou bendita, tornando-se a salvadora da cidade.
E assim a população fez romaria para beijar a mão de Geni,prefeito, banqueiro e até o bispo louvaram-na.
Comovida, seguiu Geni para cumprir a sina, entregando-se ao comandante numa noite alucinante, para ele.
Quando amanheceu, depois de saciado, o Zeplim partiu e Geni voltou a ser maldita, toda glória caiu por terra e voltou a ser alvo de pedradas e cusparadas.

Grupo:ELIONEIDE e FERNANDA

Terminada a socialização das atividades foram feitos alguns comentários a cerca das seqüencias tipológicas predominantes em cada texto e posteriormente alguns tópicos foram discutidos:
· Tanto os textos considerados literários, quanto os não-literários, são assim classificados por um conjunto de fatores que não podem ser considerados isoladamente.
· Dependendo da função maior que um texto exerce na interação, sua classificação pode variar. Nem o tema, nem a maneira de organizar e explorar o vocabulário podem, por si só, justificar uma classificação.
· Os textos considerados literários põem, em geral, em relevo o plano da expressão, da sonoridade, do jogo de imagens, mas a definição do que seja texto literário, ou poético, pode variar, segundo as escolas literárias.
· Em geral, os textos não-literários (funcionais ou utilitários) têm como finalidade maior a informação e, por isso, aspectos estéticos da linguagem – ou a exploração do plano sonoro ou da linguagem figurada – são considerados em segundo plano.
Finalizamos a oficina analisando os textos:
Cidadezinha qualquer
Quadrilha
Iracema
Parasita Azul
Biografias
A cada análise discutíamos novas estratégias para trabalhar a análise lingüística e a leitura e produção textual.