sexta-feira, 9 de março de 2012

PROJETO DE INTERVENÇÃO
EU APRENDO, PROFESSOR...

Elaboração e Execução: Professora Adriana Kelly Moraes Cavalcanti
Público Alvo: Estudantes do 6º Ano D do Ensino Fundamental
Ano 2011


SUMÁRIO

1. Apresentação
2. Justificativa
3. Objetivos
4. Metodologia
5. Cronograma
6. Avaliação
7. Recursos
8. Anexos


1. APRESENTAÇÃO


Todo mundo espera que a escola faça diferença na vida dos na vida dos alunos, isso quer dizer que queremos que todo estudante saia da escola diferente de como nela entrou: que saiba mais sobre si e sobre o meio físico e social; que pense a respeito da realidade a sua volta; que consiga discernir, no ambiente em que vive o justo do inaceitável, agindo de maneira coerente e consequente. Esse é o motivo pelo qual se procura uma escola que promova o desenvolvimento cognitivo, afetivo e moral de seus alunos, para que isso ocorra é primordial que professores e gestores voltem todas as ações da escola, para que os alunos se desenvolvam na leitura e na escrita, pois entendemos que ao se apropriarem da leitura, os alunos tornam-se aptos a aprender qualquer conteúdo de qualquer

2. JUSTIFICATIVA

A Rodolfo Paiva preocupada com o aumento do índice de alunos que se evadem da escola e com os fatores que contribuem para o déficit na aprendizagem a que a estão sujeito; Propõe a realização de um projeto intitulado Eu aprendo, professor: Um Desafio com crianças e adolescentes repetentes da 5ª série D, turno da tarde.
Para tanto, partimos do principio de que o espaço da escola deve ser utilizado de todas as formas em todos os momentos para a construção de cidadãos conscientes de seus deveres e direito, dessa forma o presente projeto justifica a necessidade urgente de atraí-los para o espaço e oferecer aos mesmos, condição de aprender, contribuindo para a sua formação social e educativa.

3. OBJETIVO GERAL
Elevar a auto-estima dos estudantes estimulando a um maior convívio escolar oportunidade realização de atividades de Inclusão Social.
Objetivos Específicos
• Proporcionar o aprendizado da leitura e interpretação de vários gêneros textuais
• Proporcionar o aprendizado da leitura e interpretação de problemas envolvendo as quatro operações;
• Desenvolver jogos interativos, pintura, música nas aulas de Arte e Educação Física
• Trabalhar a interdisciplinaridade por meio de sequências didáticas que abordem conteúdos pertinentes a todas as disciplinas da matriz curricular e temas transversais como meio ambiente, sexualidade e ética.

4. METODOLOGIA

No projeto Eu aprendo, professor..., não há coadjuvantes todos são protagonistas, o alcance da meta depende de todos os envolvidos e do olhar responsável sobre o déficit de aprendizagem na leitura e na escrita e na resolução de problemas evolvendo as quatro operações matemáticas.
`e importante que os docentes e os gestores desenvolvam, em seus alunos, confiança em sua capacidade de aprender.Para isso, compete começar o trabalho levando em conta o que o aluno já sabe para detectar o ponto de partida. Não vale comparar alunos entre si. È bem melhor estimular a autocomparação. Cada indivíduo é único, é bom lembra que todos podem aprender.
Cabe aqui usar livremente a criatividade e colocar a imaginação para funcionar, tudo para despertar o interesse e, claro, elogiar, elogiar, elogiar, toda vez que os alunos fizerem progressos genuínos.
O desenvolvimento do projeto terá como encaminhamento atividades que levem o aluno a ler e escrever, com atividades que permitam ao aluno calcular e resolver problemas para que ao término do ano dominem as quatro operações, bem como leiam e interpretem situações problemas.
Para as demais disciplinas é importante ressaltar que deverá ser explorada a leitura dos textos do livro didático e textos de apoio, para que os alunos sejam capazes de encontrar respostas que estejam explícitas ou implícitas.
As avaliações deverão ser contextualizadas, devendo evitar questionários.



5. CRONOGRAMA


Apresentação do Projeto aos alunos
Avaliação diagnóstica de Língua Portuguesa
Apresentação do Projeto aos pais
Avaliação diagnóstica de Matemática
Aplicação da Sequência Didática interdisciplinar
Desenvolvimento de atividades
Avaliação final de Língua Portuguesa
Avaliação final de Matemática
Análise e socialização do desenvolvimento dos estudantes
Reunião Final com os pais e os alunos para entrega dos resultados


6. AÇÕES

Realizar atividades diversificadas em todas as áreas do conhecimento;

Elaborar avaliações diagnósticas, intermediárias e finais, de Língua Portuguesa e Matemática;

Preencher fichas de monitoramento - Língua Portuguesa e Matemática;

Divulgar no final do ano os resultados para alunos e pais.

7. AVALIAÇÃO

No desenvolvimento do projeto, Será realizada uma avaliação das ações desenvolvidas observando os procedimentos atitudinais, procedimentais durante das atividades desenvolvidas, procurando rever mudanças de atualidades para melhorar a aprendizagem.

8. META
Ao final do ano letivo 90% dos alunos estejam lendo, escrevendo e resolvendo situações-problemas.

9. RECURSOS MATERIAIS
CDs
Papel oficio
Lápis, caneta, borracha, régua.....
Cartolina

ANEXO

PLANO DE ENSINO PARA 6º ANO “D”

Língua Portuguesa
Gênero textual: Memórias
Análise do efeito de sentido conseqüente do uso de pontuação expressiva(interrogação, exclamação, reticências, aspas)
Análise dos padrões de combinação e distribuição das palavras na seqüência das frases, como constituintes do texto;

Ciências
O ar
Levantamento de dados através de pesquisa doenças veiculadas pelo ar;
Leitura de textos sobre substâncias poluidoras que prejudicam a nossa
saúde;

História
O Homem como sujeito social e agente da História

Geografia
Movimentos da Terra, rotação e translação (estações do ano)

Matemática
Introdução ao estudo das frações
Termos
Fração de um número inteiro

Religião
As várias religiões e suas origens

Educação Física
Movimentos do corpo
Jogos de competição

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Língua Portuguesa

Gênero textual em estudo: Memórias

Texto em cartaz para todos os professores

MEUS OITO ANOS

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar - é lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! Dias da minha infância!
Oh! Meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
- Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

1. COMEÇAR EXPLORANDO O TÍTULO

ORALIDADE
a) Do que vocês acham que vai falar o texto?
b) será que é um conto de fadas, uma história em quadrinhos ou um texto de memórias?
c) vocês lembram quando tinham oito anos? De que vocês brincavam?

INTERPRETAÇÃO ESCRITA

1. O texto Meus oito anos é um poema onde o autor se recorda de uma época da vida dele. Que época é essa?
____________________________________ __________________
a) Retire do poema versos que comprovem a sua resposta anterior.
___________________________________________________________
2. O autor do poema tem recordações tristes ou alegres?Copie versos que justifiquem sua resposta.
___________________________________________________________
3.De que o poeta tem saudades?
___________________________________________________________
4.No primeiro e último versos deste poema o que expressa o ponto de exclamação:
( ) uma admiração
( ) uma sensação de saudade
( ) raiva
( ) uma ordem

5. As palavras para formar frases precisam obedecer a uma ordem.
Ordene as frases

a) saudade meus dos anos oito Que
b) belo como dias! são os

A distribuição dos versos causando incoerência

Naqueles tempos ditosos
Adormecia sorrindo
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
E despertava a cantar!

É possível adormecer e ir colher pitangas?

Onde deve ficar este verso?

PRODUÇÃO TEXTUAL

Propor aos alunos que eles escrevam sobre algo que marcou a vida deles
Ver critérios para correção
Retomada das produções


Ciências

Questionamentos antes de começar o assunto O ar

Ler o texto para turma

• O poeta tem lembranças de quando morava na cidade ou no campo?
• A composição do ar é igual no campo e na cidade?
• O poema foi escrito há muito tempo. Será que hoje o ar é tão puro?

• O ar poluído provoca doenças respiratórias? Você conhece algumas dessas doenças?

• Notícias sobre como anda o ar em algumas cidades brasileiras.
• Falar sobre o aumento das vendas de aparelhos umidificadores de ar


Geografia

Movimentos da Terra, rotação e translação (estações do ano)


Explorar o poema nos seguintes aspectos

O poema cita uma estação do ano: A primavera ( explicito no texto)
Outono ( inferência) estação dos frutos: pitangas, laranjas, bananas.

Quastionamentos

O que provoca as estações do ano?

Na região Nordeste percebemos apenas duas estações? Quais?

Depois entrar com o texto expositivo do livro didático.

História

O Homem como sujeito social e agente da História

Focar no verso do poema ( se possível entregar para ser colado no caderno)

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

O que o poeta quis dizer com o verso em destaque?

Será que a vida é melhor hoje do que antigamente?

Quais eram as brincadeiras do tempo das nossas avós?

Por que as coisas mudam tanto?

Comentar para entrar no assunto:
O homem é agente da história em cada época vivia-se de um modo.( pré-história, e os outros períodos)
Com os avanços tecnológicos muita coisa mudou.
Que vantagens e desvantagens isso trouxe?

Após explanação entrar no assunto como propõe o livro didático.


Educação Física

Colocar no quadro o verso do poema
Correndo pelas campinas

Que palavra representa o movimento do corpo?
Que brincadeiras e quais os esportes exigem que a gente corra?

As brincadeiras, os jogos de competição no passado e agora.

Propor um jogo ou uma brincadeira.

Religião
As várias religiões e o respeito a cada uma.

No poema há um verso que informa que o poeta é católico.Que verso é esse?
Rezava às Ave-Marias,

Que religiões vocês conhecem.

Levar para sala de aula um quadro com as religiões suas origens.

Trabalhar valores como respeito, caridade, solidariedade, amor ao próximo.

Matemática
Introdução ao estudo das frações
Termos
Fração de um número inteiro

No poema o autor lembra quando tem oito anos

Fazer um levantamento das idade para:
A) construir um grafico ( pizza e colunas)
B) fração de um número inteiro
C) problemas envolvendo as idades


Gilvan Lemos - TEXTOS ADAPTADOS POR ADRIANA KELLY PARA VIVÊNCIA DO PROJETO “UM POUCO DE LITERATURA NA VIDA, MUITA VIDA NA LITERATURA”

O menino da marmita

Midim, era assim que o chamavam.Era um menino esperto, carinhoso e muito trabalhador.Tinha o costume da falar sozinho e de inventar palavras.
A mãe de Midim de vez em quando o pegava falando sozinho e perguntava:
_ Com quem está conversando aí, leseira?
E Midim respondia:
_ Tou só tirando resto de comida dos dentes com a língua.
A mãe então ria e deixava pra lá.
A família de Midim era pobre, a mãe era dona de casa e o pai balconista, então era necessário que Midim trabalhasse e o seu ofício era o seguinte: entregar quatro marmitas todos os dias, ao meio dia. Quem se encarregava de prepará-las era a mãe dele.
A primeira marmita era entregue a uma mulher bem nova, casada com um funcionário público, a segunda, a um velho que morava sozinho, a terceira, a um estudante e a última a uma costureira, nem velha nem nova, que lhe dava doces e até retalhos que a mãe de Midim aproveitava para fazer roupas para a família, assim economizava.
Ao retornar da obrigação Midim chegava em casa na hora do almoço, pois o caminho que fazia para entregar as marmitas não era muito longo. Almoçavam juntos: o pai a mãe e ele. Logo depois o pai saia para o trabalho e ele para a escola, enquanto a mãe cuidava dos afazeres domésticos.
O pai de Midim não era de muita conversa e detestava quando acontecia da esposa ou do filho visitá-lo no trabalho; dizia que se sentia humilhado pelo cargo de balconista, pois era trabalho pra gente mais nova e não para um senhor como ele.Na verdade não era vergonha que o pai de Midim sentia e sim culpa por não ter estudado como seus irmãos, uma vez que um era médico e o outro juiz de direito, talvez sentisse até uma pontinha de inveja e sempre dizia a Midim:
_ Estude, meu filho, não faça como seu pai.
Ao ouvir o pai falar assim Midim sentia vontade de dizer que o adorava, mas não tinha coragem. O pai era tão severo e de tão poucas conversas que ele preferia só pensar.Às vezes sentia vontade de tê-lo mais perto, de sair com ele para passear ou de ir à escola em companhia dele, afinal a escola ficava no caminho do trabalho. No entanto, segundo o pai de Midim, isso era coisa de mãe, o pai era para outras coisas.
E assim era a vida de Midim. No seu trajeto diário tinha bastante tempo pra sonhar e era bom. Pensava e dizia para si mesmo que jamais iria humilhar ninguém, jamais iria ser ruim para os pais. Vou ser delicado com as pessoas, vou sempre dizer obrigado e sorrir para todos que eu entrego as marmitas. Lá ia ele, a penca de marmita na mão, balançando-as de leve, passando pela igrejinha, pela venda de seu Miguel, pela antiga fábrica de cerveja abandonada e por uma praça onde antes tinha um tobogã e que os moleques foram desmontando até ficar só ferros retorcidos e enferrujados.
Na praça onde havia os restos do tobogã vivia Rambo, um homem mal encarado que perambulava pelos arredores pedindo e roubando. Assaltava velhos, mulheres desamparadas. Quando era denunciado e a polícia ia pronta para prendê-lo, ele sumia.
Midim tinha medo de Rambo, pois muitas vezes ele ao avistar a aproximação do menino, chamava-o com a mão e Midim apressava o passo e quase correndo chegava ao lugar onde entregava a primeira marmita.
Numa segunda-feira, Midim saiu para a entrega das marmitas à hora de costume, com a disposição de costume, enquanto a mãe terminava o almoço deles próprios, como de costume.Mas nesse dia Midim chegou em casa mais cedo, entrou feito bala, sem nada dizer, foi para o banheiro, a mãe a gritar desesperada. Havia marcas de sangue em suas calças.
_ Meu filho, meu filho, que houve?
Midim trancado no banheiro, a mãe a bater na porta. Só se ouvia o barulho da água escorrendo do chuveiro. Saiu enrolado na toalha.
_ Aconteceu um desastre mamãe!
_ Desastre, desastre! Como?
E Midim responde:
_ A caminhonete subiu na calçada, me jogou na parede, passou por cima das marmitas, estragou tudo, amassou tudo.
A mãe preocupada quis levar Midim ao médico para ser examinado, mas ele gritava histérico, dizendo que não queria e nem era preciso exame nenhum.
Na terça-feira Midim ainda não estava bem, e nem na quarta e nem na quinta e isso deixou os pais preocupados. Ele nunca foi assim, dizia a mãe chorando, deve ter levado uma pancada na cabeça. O pai então resolve chamar o irmão médico para examinar Midim.
Ao ver seu tio o menino deixou que o examinasse, nisso o médico pede aos pais que saiam do quarto, pois precisa conversar a sós com Midim.
Durante a conversa Midim diz a verdade ao médico que em seguida conta tudo para o pai do menino.
Pouco tempo depois o pai entra no quarto do filho. Lacrimejava, garganta apertada, afagando Midim.
_ Foi Rambo, papai.
_ Quem é Rambo?
Midim lhe disse.Tudo. De vez em quando se interrompia, soluçando, mas disse tudo, tudinho.Que Rambo o havia pegado a força, tirado a sua roupa e abusado dele.
Tomado pela raiva, o pai pega Midim pelo braço e sai à procura de Rambo para acertar as contas. Isso não ia ficar assim!
Ao chegarem na praça avistaram muitas pessoas ao redor de um corpo. Era o corpo de Rambo. Tinha sido assassinado de madrugada por uns caras numas motos, foram logo atirando. Rambo não teve tempo nem de gritar.Deve ter sido encomendado por alguém daqui do bairro. Ninguém agüentava mais. O sujeito era ruim de verdade.
O pai então pegou Midim pelo braço e retirou-se sem nem mesmo querer ver o corpo fuzilado de Rambo, era um infeliz, não merecia nem uma última olhada.
Midim estava aliviado, mas quis saber:
_ Pai, eu vou virar bicha?
O pai com um riso nervoso reponde:
- Que história é essa? Foi um acidente, acabou, esqueça.
Dias depois Midim retornou a suas obrigações e nenhum dos fregueses ficou sabendo do acontecido, porém sempre que passava pela praça lembrava de Rambo e dizia para si mesmo que aquele homem era um infeliz.

LEMOS, Gilvan.O menino da marmita-Largo da Alegria e outros contos; Editora Bagaço, 1996.



Tarde de domingo


Júnior estava aborrecido. No sábado tinha chovido de manhã, por isso não pôde ir à praia, de tarde, pra não deixar ele brincar com os coleguinhas e à noite, não tinha nada mesmo para fazer, ficou vendo televisão.
No domingo amanheceu chovendo, mas chuva fina.Júnior ficou pensando se ia parar mesmo de chover ou Deus ia aprontar com ele de novo, pra quando chegar a hora do jogo mandar chuva forte, dessas que não dá pra sair de casa.Não duvidava nada, era um menino marcado. Deus fazia chover só para prejudicá-lo.
Mas, vamos ver em que vai dar não é Deus? Será que hoje eu vou ao estádio ver o Santa Cruz jogar e ganhar?
As horas estavam passando e Júnior começou a duvidar e nada do pai chegar da rua. Já sei, dizia-se intimamente, papai não vem, perco o jogo e fim.
A mãe vendo a agonia do menino tentava acalmar:
_ Seu pai chega já. Ele não prometeu?
Realmente o pai veio, executando passos do frevo, estava bêbado.
Júnior então saiu de perto do pai, quando ele o chamou não atendeu. Estava com raiva do pai, muita raiva mesmo.
O pai então se aproximou e disse:
_ No próximo domingo nós vamos, será um jogo melhor, pois será final de campeonato.
Júnior sem olhar para o pai responde:
_ E se o Santa Cruz ganhar hoje.
E o pai:
_ E você acha que ele vai perder? Se é assim nem vale a pena ir. Ou você gosta de ver seu time perder?
Júnior não respondeu, estava convencido de que não valia a pena discutir com o pai.Ao retirar-se ainda ouviu o pai dizer pra mãe:
_Talvez Carlos, o vizinho possa levá-lo com os filhos dele.
Júnior grita:
- Já foram.
- E o pai ainda diz:
- Então telefone para o seu irmão.
Dessa vez Júnior falou alto:
_ Desde ontem foi para Itamaracá, não lembra? Ele até convidou você, mas você prefere beber com os seus amigos!
Sem alternativa, o pai diz:
-Então vá sozinho!
Então a mãe que estava calada até então disse:
_ Está louco! Uma criança de onze anos!
O pai diz que na idade dele já andava sozinho para todos os lugares e a mãe zangada lembra que hoje em dia é perigoso até para os adultos, há muita violência.
Júnior depois de um tempo volta a sala e vê o pai dormindo no colo da mãe.Então é assim pensou.Problema resolvido, o pai livre do compromisso e a mãe desobrigada de interceder em seu favor. Por que tudo tem que ser assim, contra ele?
Júnior retira-se, vai para o quintal. Não chove mais. De maneira alguma vai chover e diz em pensamento: agora pode chover, não vou ao jogo mesmo!
Ele permanece no quintal resmungando:
_ Todo mundo vai ao jogo. Só eu sem pai nem mãe, sem ninguém, não tenho direito a ir.
Ficou então olhando as formigas, ocupadinhas, trabalhadeiras. E se ele fosse uma formiga. Não se preocuparia com besteiras, não sofreria.
Passado algum tempo a mãe chama-o:
_ Júnior, Júnior, onde você está?
Ele foi ao encontro da mãe. O Pai estava por trás dela e disse:
_ Taí, não foi ao jogo, nem morreu.
Ele já havia esquecido do jogo, mas não daria esse gostinho de dizer isso ao pai.
A mãe o chamou para lanchar e ele, embora morrendo de vontade disse:
_ Não quero porcaria de lanche! Vocês criam filhos como se fossem cachorros, não lhe dão nem o direito de assistir ao time dele jogar.
O pai deu-lhe então a notícia:
Foi bom você não ter ido, o Santa perdeu.
Júnior saiu correndo, dizendo ser um infeliz, que não devia nem ter nascido.
A mãe, depois de algum tempo, vai atrás do filho e o encontra distraído, brincando com as formigas.
A mãe então pergunta:
_ Você queria ser uma formiga, filho?
E Júnior responde sorrindo.
_ Acho que sim.

LEMOS, Gilvan.Tarde de domingo-Largo da Alegria e outros contos; Editora Bagaço, 1996.


OFICINA Educação Infantil e 1º e 2º ano do Ensino Fundamental de Nove Anos

Ler: Criar e recriar

Objetivos:
• Reconhecer escolhas de linguagens e efeitos de sentido
• Destacar o papel da sonoridade na criação de efeitos de sentido
• Refletir sobre as intenções dos autores e suas escolhas;
• Vivenciar o processo de criação por meio de jogos de palavras

ETAPAS
Por entre as palavras circulamos...
• Expor um cartaz com a poesia O pato; ( LETRA BASTÃO)
Atenção: antes de expor a poesia, explorar apenas o título e promover uma conversa com os seguintes questionamentos:
- O texto que vamos ler é sobre o pato, o que será que está escrito? Explore até que todos se pronunciem.
- Que nome será que tem o pato dessa história?
- O pato é um animal de estimação?
- que tipo de animal é o pato? Ele é útil? Por quê?
• Após os questionamentos expor a poesia e ler com entonação e ritmo para os alunos, sempre apontando.

O pato
Vinícius de Morais

Lá vem o Pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o Pato
Para ver o que é que há.

O Pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.

• Após a leitura da poesia perguntar se eles já a conheciam e propor a interpretação:
- O pato da poesia é: feio, quieto, curioso, bagunceiro. (é curioso e bagunceiro)
- Após as respostas dadas confirme que o pato da poesia é curioso e bagunceiro e peça para os alunos identificarem o verso do texto que justifica essas respostas:
RESPOSTAS: é curioso, pois o verso “Para ver o que é que há” confirma que o pato foi bisbilhotar.
É bagunceiro, pois o verso “Quebrou a tigela” confirma que o pato causou estrago.
- O pato tem um comportamento violento, que versos confirmam essa afirmação?
RESPOSTAS:
Surrou a galinha
Bateu no marreco
- O que quer dizer a expressão foi pra panela?
- O que vocês acham do final trágico do pato da poesia? Ele mereceu?
- Vocês conhecem alguém que tenha um comportamento semelhante a do pato? O que fazer para mudar um comportamento de alguém agressivo e bagunceiro?

2ª ETAPA
• Entregar para os alunos uma folha de ofício e fazer uma dobradura de modo que a folha fique com quatro vincos.

• Pedir que os alunos escolham, na poesia dois pares de palavras que rimem:

• Cada aluno deverá cortar a folha nos vincos junta-las aos dos colegas em um monte, no chão.

• Embaralhar as cartas para jogar
• Dividir os alunos em duplas;
• Cada dupla deverá retirar quatro cartas do monte
• O professor passará em cada dupla entregando uma folha de ofício para o aluno criar uma historinha e representá-la por meio de desenhos.
• Quando todos terminarem os alunos serão colocados em círculo e contarão a historinha produzida.


3ª ETAPA

• O professor lerá em voz alta e com dramatização vocal o clássico da literatura infantil O patinho Feio.

O PATINHO FEIO
Era uma vez uma mamãe pata que tinha escolhido um lugar ideal para fazer seu ninho: um cantinho bem protegido, no meio da folhagem, perto de um rio.Após a longa espera, os ovos se abriram um após o outro, e das cascas rompidas surgiram, engraçadinhos e miúdos, os patinhos amarelos que, imediatamente, saltaram do ninho,porém um dos ovos não abri, era um ovo grande, e a pata pensou que não o chocara o suficiente.
Impaciente, deu umas bicadas no ovão e ele começou a se romper.
No entanto, em vez de um patinho amarelinho saiu uma ave cinzenta e desajeitada. Nem parecia um patinho.
Para ter certeza de que o recém-nascido era um patinho, e não outra ave, a mãe-pata foi com ele até o rio e o obrigou a mergulhar junto com os outros.
Quando viu que ele nadava com naturalidade e satisfação, suspirou aliviada. Era só um patinho muito, muito feio
Com o tempo a mamãe pata,começou a sentir do patinho feio vergonha e não queria tê-lo em sua companhia.
O pobre patinho crescia só, malcuidado e desprezado. Sofria. As galinhas o bicavam a todo instante, os perus o perseguiam com ar ameaçador e todos os bichos só pensavam em enxotá-lo.
Um dia, desesperado, o patinho feio fugiu. Queria ficar longe de todos que o perseguiam.
Caminhou, caminhou ,caminhou, procurando um lugar onde não sofresse .Sozinho, triste e esfomeado, o patinho pensava, preocupado, no inverno que se aproximava.
Num final de tarde, viu surgir entre os arbustos um bando de grandes e lindíssimas aves. Tinham as plumas alvas, as asas grandes e um longo pescoço, delicado e sinuoso: eram cisnes,lançando estranhos sons que bateram as asas e levantaram vôo, bem alto.
O patinho ficou encantado, olhando a revoada, até que ela desaparecesse no horizonte. Sentiu uma grande tristeza, como se tivesse perdido amigos muito queridos.
Com o coração apertado, lançou-se na lagoa e nadou durante longo tempo. Não conseguia tirar o pensamento daquelas maravilhosas criaturas, graciosas e elegantes.
Foi se sentindo mais feio, mais sozinho e mais infeliz do que nunca.
Naquele ano, o inverno chegou cedo e foi muito rigoroso.
O patinho feio precisava nadar ininterruptamente, para que a água não congelasse em volta de seu corpo, criando uma armadilha mortal. Mas era uma luta contínua e sem esperança.
Um dia, exausto, permaneceu imóvel por tempo suficiente para ficar com as patas presas no gelo.
— Agora morrerei — pensou. — Assim, terá fim todo meu sofrimento.
Fechou os olhos, e o último pensamento que teve antes de cair num sono parecido com a morte foi para as grandes aves brancas.
Na manhã seguinte, bem cedo, um camponês que passava por aqueles lados viu o pobre patinho, já meio morto de frio.
Quebrou o gelo com um pedaço de pau, libertou o pobrezinho e levou-o para sua casa.
Lá o patinho foi alimentado e aquecido, recuperando um pouco de suas forças. Logo que deu sinais de vida, os filhos do camponês se animaram:
— Vamos fazê-lo voar!
— Vamos escondê-lo em algum lugar!
E seguravam o patinho, apertavam-no, esfregavam-no. Os meninos não tinham más intenções; mas o patinho, acostumado a ser maltratado, atormentado e ofendido, se assustou e tentou fugir. Fuga atrapalhada!
Caiu de cabeça num balde cheio de leite e, esperneando para sair, derrubou tudo. A mulher do camponês começou a gritar, e o pobre patinho se assustou ainda mais.
Acabou se enfiando no balde da manteiga, engordurando-se até os olhos e, finalmente se enfiou num saco de farinha, levantando uma poeira sem fim. br> A cozinha parecia um campo de batalha. Fora de si, a mulher do camponês pegara a vassoura e procurava golpear o patinho. As crianças corriam atrás do coitadinho, divertindo-se muito.
Meio cego pela farinha, molhado de leite e engordurado de manteiga, esbarrando aqui e ali, o pobrezinho por sorte conseguiu afinal encontrar a porta e fugir, escapando da curiosidade das crianças e da fúria da mulher.
Ora esvoaçando, ora se arrastando na neve, ele se afastou da casa do camponês e somente parou quando lhe faltaram as forças.
Nos meses seguintes, o patinho viveu num lago, se abrigando do gelo onde encontrava relva seca.
Finalmente, a primavera derrotou o inverno. Lá no alto, voavam muitas aves. Um dia, observando-as, o patinho sentiu um inexplicável e incontrolável desejo de voar.
Abriu as asas, que tinham ficado grandes e robustas, e pairou no ar. Voou. Voou. Voou longamente, até que avistou um imenso jardim repleto de flores e de árvores; do meio das árvores saíram três aves brancas.
O patinho reconheceu as lindas aves que já vira antes, e se sentiu invadir por uma emoção estranha, como se fosse um grande amor por elas.
— Quero me aproximar dessas esplêndidas criaturas — murmurou. — Talvez me humilhem e me matem a bicadas, mas não importa. É melhor morrer perto delas do que continuar vivendo atormentado por todos.
Com um leve toque das asas, abaixou-se até o pequeno lago e pousou tranqüilamente na água.
— Podem matar-me, se quiserem — disse, resignado, o infeliz.
E abaixou a cabeça, aguardando a morte. Ao fazer isso, viu a própria imagem refletida na água, e seu coração entristecido deu um pulo. O que via não era a criatura desengonçada, cinzenta e sem graça de outrora. Enxergava as penas brancas, as grandes asas e um pescoço longo e sinuoso.
Ele era um cisne! Um cisne, como as aves que tanto admirava.
— Bem-vindo entre nós! — disseram-lhe os três cisnes, curvando os pescoços, em sinal de saudação.
Aquele que num tempo distante tinha sido um patinho feio, humilhado, desprezado e atormentado se sentia agora tão feliz que se perguntava se não era um sonho!
Mas, não! Não estava sonhando. Nadava em companhia de outros, com o coração cheio de felicidade.
Mais tarde, chegaram ao jardim três meninos, para dar comida aos cisnes.
O menorzinho disse, surpreso:
— Tem um cisne novo! E é o mais belo de todos! E correu para chamar os pais.
— É mesmo uma esplêndida criatura! — disseram os pais.
E jogaram pedacinhos de biscoito e de bolo. Tímido diante de tantos elogios, o cisne escondeu a cabeça embaixo da asa.
Talvez um outro, em seu lugar, tivesse ficado envaidecido. Mas não ele. Seu coração era muito bom, e ele sofrera muito, antes de alcançar a sonhada felicidade.
Andersen

• Expor, depois da leitura, o texto ,RESUMIDO, num cartaz ao lado da poesia O pato.( ilustrar o cartaz)

- Quem é o personagem principal nos dois textos.
- O comportamento dos patos é o mesmo nos dois textos?
- Qual história vocês gostaram mais?
- O patinho feio traz uma grande lição para pessoas de várias idades. Que lição é essa?
• Após a atividade de exploração oral, o professor deverá informar aos alunos sobre o tipo de textos que foram apresentados.
Ex. Os dois são narrativos, pois apresentam as seguintes características:
a) personagem
b) Cenário (lugar onde se passa a história)
c) Conflito (enredo)
d) Desfecho dos personagens
• O texto 1 pela sua estrutura é uma poesia e o texto 2 um conto.

4ª ETAPA

• Ler para os alunos o conto Novo lar de Gilvan Lemos;( conto do livro Largo da Alegria e outros contos; Editora Bagaço, 1996).
• Numa conversa informal, comparar a história do patinho feio e Birita, personagem principal do conto de Gilvan Lemos; fazendo sempre questionamentos.
- o fim de cada personagem é igual?
- Qual história é mais real? Por quê?
- vocês conhecem ou já ouviram falar de alguém que vive do mesmo modo que Birita?
- O que pode ser feito para mudar a história de pessoas como Birita?
• Encerrar a oficina dizendo quem é Gilvan Lemos ( ler a biografia )



OFICINA DE LÍNGUA PORTUGUESA
2ª a 4ª Série do Ensino Fundamental e 3º Ano do Ensino Fundamental de Nove Anos

LER: Leituras compartilhadas & Leitores em ação

Objetivos
 Estimular e vivenciar a leitura de gêneros textuais diferentes: poesia e conto.
 Comparar os textos quanto a forma e conteúdo;
 Favorecer a mediação do professor na prática da leitura.

1ª ETAPA

Poesia é... brincar com as palavras
como se brinca com bola,
papagaio, pião.
Só que bola, papagaio, pião
de tanto brincar se gastam.
As palavras não:
Quanto mais se brinca com elas,
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
José Paulo Paes


1.O professor expõe, no quadro, a palavra BOLA numa folha de papel ofício com ilustração. Ex.:

2.Após expor a folha com a palavra e o desenho, estimular os alunos a falarem sobre a bola, quais as brincadeiras e os esportes que precisam da bola para serem realizados.

3. Esgotadas as falas, expor o texto numa cartolina e com letra bastão; fazer a leitura da poesia, sempre apontando.
4.Brincando com as palavras.
 Monte um boliche com garrafa peti e em cada garrafa cole plaquinhas com as seguintes palavras:

 Organize os alunos em fila e entregue uma bola de meia, previamente confeccionada pelo professor, para que um aluno por vez jogue e derrube as garrafas, depois de derrubadas as garrafas o aluno tentará ler as palavras.
 Quando todos terminarem de jogar, o professor irá realizar fazer o seguinte questionamento:
a) Que palavras representam nomes de brincadeiras?
b) Que palavra pode ser um nome de uma brincadeira e de um animal?
c) Quais as palavras que representam esportes?
d) O que estes esportes têm em comum?
e) Quais os times de futebol que vocês conhecem?
f) Os times mais famosos de Pernambuco são: Náutico, Sport,Santa Cruz.
g) Você conhece o time de futebol de São Bento do Una?

5.Encerrados os questionamentos propor um ditado com nomes de brincadeiras, esportes, times de futebol, nomes de jogadores.

ATENÇÃO!
Para as séries que os alunos ainda não lêem, a atividade escrita pode ser por meio de desenhos, de modo que a escrita seja incentivada,o aluno escreverá do jeito que “sabe” (escrita não-convencional) e o professor mostrará a palavra escrita convencionalmente, num acompanhamento individual.

A correção do ditado para os alunos que sabem escrever será feita através da escrita das palavras ditadas no quadro.

2ª ETAPA

6. Trabalhando com o gênero conto.

O professor fará a leitura do conto Tarde de domingo de Gilvan Lemos.

Após a leitura perguntar:

a) O que há em comum entre a poesia exposta no cartaz e o conto lido?
b) Por qual time de futebol o personagem Júnior torce?
c) Com quem júnior fala no inicio do conto?
d) Por quem Júnior esperava naquele domingo para levá-lo ao Estádio de futebol?
e) Júnior conseguiu ir ao jogo? Por quê?
f) O que você achou da atitude do pai de Júnior?
g) No final do conto Júnior diz quere ser um animal, que animal é esse?
h) Tem algum animal que você gosta ou admira?
i) Que animal você gostaria de ser.

7. Encerrada a atividade oral acima pedir que os alunos produzam um texto.
SUGESTÃO:
Reconto através de desenhos em quadrinhos para alunos que ainda não escrevem. Entregar uma folha de ofício e pedir que os alunos dobrem para que depois de desdobrada permaneçam os vincos e então a história imaginada seja desenhada.
Ex.:

Para os alunos que escrevem propor a produção de desenhos e frases com seqüência lógica, também numa folha de ofício, com vincos.
Ex.:
Começo

Meio

Fim


7. Explorar temas como relacionamento entre pais e filhos.
8. Encerra a oficina apresentando o escritor do conto Tarde de domingo- Gilvan Lemos. ( ler a biografia)

OFICINA DE LÍNGUA PORTUGUESA 5ª A 8ª SÉRIE
Ler: Compreender imagens

1. Um pintor que escreve versos




















Candido Portinari, Meninos Soltando Pipas, 1952,
Pintura a guache/papel, 14 x 15,5 cm




(...)
Não tínhamos nenhum brinquedo
Comprado. Fabricamos
Nossos papagaios, piões,
Diabolô.
A noite de mãos livres e
pés ligeiros era: pique, barra-
manteiga, cruzado.
Certas noites de céu estrelado
E lua, ficávamos deitados na
Grama da igreja de olhos presos
Por fios luminosos vindos do céu
era jogo de
Encantamento. No silêncio podíamos
Perceber o menor ruído
Hora do deslocamento dos
Pequenos lumes... Onde andam
Aqueles meninos, e aquele
Céu luminoso e de festa?
Os medos desapareciam
Sem nada dizer nos recolhíamos
Tranquilos...

(,,,)

Poucos são aqueles a quem falo
E muitos me procuram
Por nada. Se tivesse
Continuado a soltar papagaio

Seria livre como as andorinhas
Não entenderia os homens
Teria pena deles e de mim
Saberia a vida do vento

E a época dos vaga-lumes
Com as suas lanterninhas.
Saberia as idades
Das nuvens e os dias de arco-íris.
Candido Portinari

Objetivos:
• Compreender que,cada vez mais, ler plenamente supõe domínio e interação de linguagens;
• Estabelecer relação entre a ampliação do universo cultural, a leitura mais proficiente e o processo de criação.

ETAPAS

1º MOMENTO
1. Formar 6 grupos

2. Entregar a folha com as imagens dos quadros de Portinari para cada grupo

3. Pedir que os alunos observem os quadros apontando detalhes:
a) as cores que predominam
b) o que as imagens representam
c) que tipo de movimento as personagens demonstram
d)a paisagem

4. pedir aos alunos que leiam os poemas escritos por Portinari e comparem os textos com os quadros, observando o que, na imagem, pode representar o que os poemas expressam: a brincadeira, a leveza conferida às crianças, a atmosfera de recordação...

5. Pedir que os alunos leiam em voz alta as passagens dos textos que melhor representam o que está exposto no quadro.

6. Estimular uma conversa sobre a versatilidade do artista, sua sensibilidade para perceber e registrar o cotidiano, tanto por meio da pintura, quanto por meio da palavra.

7. Pedir que cada grupo discuta e comente qual das representações- verbal ou visual – impressionou mais.
8. Em seguida um representante de cada grupo apresentará para os demais grupos as conclusões a que o grupo chegou.
Obs. As respostas devem ser registradas numa folha de ofício e coladas na lousa.

2º MOMENTO

Um escritor que retrata o cotidiano

1. Entregar aos grupos o conto (resumo), O menino da marmita, de Gilvan Lemos.

2. Após a leitura em grupo, promover a leitura em voz alta de maneira fragmentada (cada grupo fará a leitura de uma parte do texto).

3. Em seguida o professor direcionará os questionamentos para cada grupo (UMA PERGUNTA POR GRUPO) sobre o conto lido:
a) Em que se assemelha o conto O menino da marmita, de Gilvan Lemos, com os quadros e os poemas de Candido Portinari?
b) Questionamentos sobre Mindim, personagem principal do conto:
- características psicológicas
- classe social

c) Paralelo entre ficção e realidade
- temática principal
- questão social abordada

c) Gilvan Lemos
- Quem é?
- Comparar a estrutura dos textos de Portinari e de Gilvan Lemos e biografia do mesmo
( classificação quanto a tipologia e gênero)


5. Encerramento com uma Mensagem. (escolha do Professor)






PROJETO: BRASIL, O PAÍS DO CARNAVAL
Professora Adriana Kelly

1. JUSTIFICTIVA:

O carnaval é a festa popular que melhor caracteriza a alma brasileira, daí o genial Jorge Amado ter denominado um dos seus romances mais famosos “País do Carnaval! Onde tão bem delineia a influência dessa festa na formação sócio-cultural e histórica do nosso povo. Esses três dias de festa que acontece de norte a sul do país têm mobilizado cidades inteiras e contagiado milhões de pessoas das mais diversas classes sociais. Durante esse período, as mais diversas manifestações culturais, seculares e folclóricas surgem numa simbiose perfeita, em que ritmos, ritos, credos, ideologias, raças e cores se misturam tão harmoniosamente que forma uma unidade de diversidade tão rica e magnífica que só mesmo um debruçamento, um olhar e uma reflexão acerca dessa tão rica e invejável pluralidade cultural encadeados pelos sujeitos do conhecimento que fazem a escola, poderiam explicar o fenômeno, porque toca diretamente por ser profundamente significativo para as suas histórias de vida e de todo conhecimento prévio que cada um desses sujeitos adquiriu cognitiva, afetiva e socialmente ao longo de sua vida.
2. OBJETIVO

Conhecer a história da criação dos diversos ritmos carnavalescos e sua influência no processo de formação da nação e da consciência brasileira, percebendo criticamente o contraponto entre manifestações populares, sua expressões rítmicas e a presença da impositiva da hegemonia e sua ideologia.

3. METODOLOGIA
As situações didáticas previstas serão desenvolvidas através do envolvimento de todos os alunos e professores de todas as séries e áreas do conhecimento, numa abordagem interdisciplinar e, sempre que pertinente, transversalizada e contextual,compreendendo as seguintes atividades:
• Pesquisas bibliográficas
• Pesquisas de campo
• Entrevistas
• Ensaios coreográficos
• Confecção e concurso de máscaras
• Produção de informativos sobre o frevo, o maracatu, ciranda, samba de coco e caboclinhos
• Confecção de painéis informativos sobre a história do carnaval, as cidades pernambucanas onde o carnaval é mais vivenciado, o bloco Galo da Madrugada, resultado da pesquisa em forma de gráfico após enquete com os alunos de toda escola sobre como eles aproveitam o carnaval ou que mais gostam de fazer durante esse período festivo
• Baile carnavalesco com apresentação de grupos de dança: frevo e caboclinhos


Atividades para cada área do conhecimento e cada série/ano

PORTUGUÊS – todas as séries/anos
• Escuta leitura e interpretação de letras de músicas carnavalescas
• Estudo de textos informativos

HISTÓRIA
• Texto informativo sobre a história do carnaval – 9º ano

GEOGRAFIA
• As cidades pernambucanas e suas manifestações carnavalescas -8º ano

MATEMÁTICA
• As formas geométricas utilizadas na confecção de máscaras e adereços- todas as séries/anos
• Elaboração de um gráfico após enquete com os alunos de toda escola para descobrir como eles aproveitam o carnaval ou que mais gostam de fazer durante esse período festivo – 3º ano
ARTE
• Confecção de máscaras e escolha de até duas máscaras por sala para participação no concurso; ( as máscaras não selecionadas para o concurso deverão servir de decoração no ambiente do baile carnavalesco) – só os 6ºs anos participam dessa atividade.
• Formação e ensaio de grupo de dança para apresentação no baile carnavalesco – alunos de séries diferentes que demonstrem aptidão para a dança
• EDUCAÇÃO FÍSICA
• Os movimentos do corpo realizados na dança do frevo, os cuidados e as dicas para não machucar os músculos durante a dança- Todas as séries/anos

CIÊNCIAS
• A alimentação adequada para artista e foliões- Todas as séries/anos


DIVISÃO DE ATIVIDADES

6º ano “A” Confecção de máscaras
6º ano “B” Confecção de máscaras
6º ano “C” Confecção de máscaras
6º ano “D” Confecção de máscaras
6º ano “E” Confecção de máscaras
7º ano “A” PAINEL-Produção de informativo sobre o frevo e caboclinhos

7º ano “B” PAINEL Produção de informativos sobre o maracatu
7º ano “C” PAINEL Produção de informativo sobre o a ciranda e o samba de coco
8ª SÉRIE “A” PAINEL-Texto informativo sobre a história do carnaval

8ª SÉRIE “B” PAINEL - As cidades pernambucanas e suas manifestações carnavalescas

8ª SÉRIE “C” PAINEL ILUSTRADO - A alimentação adequada para artista e foliões
8ª SÉRIE “D” PAINEL ILUSTRADO – O galo da madrugada e a homenagem a Luiz Gonzaga no carnaval 2012
8ª SÉRIE “E” PAINEL – Entrevista com pais e professores sobre o carnaval de antigamente e as músicas que mais marcaram o carnaval.
3º ANO “A” PAINEL - Elaboração e exposição de um gráfico após enquete com os alunos de toda escola, NO PERÍODO DA MANHÃ, para descobrir como eles aproveitam o carnaval ou que mais gostam de fazer durante esse período festivo
3º ANO “B” PAINEL-Elaboração e exposição de um gráfico após enquete com os alunos de toda escola, NO PERÍDO DA TARDE, para descobrir como eles aproveitam o carnaval ou que mais gostam de fazer durante esse período festivo
3º ANO “C” PAINEL- Alceu Valença e o carnaval de Olinda
TODAS AS SÉRIES/ANOS Baile carnavalesco



São Bento do Una, 08 e fevereiro de 2012.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Quem mandou não estudar...

Essa frase é dita e repetida todos os anos pelos professores aos alunos que ao término do ano não conseguiram progressão plena, até aí tudo bem. O problema é que a frase “Quem manda não estudar”, virou um bordão na sala dos professores que, diga-se de passagem, tornou-se um muro de lamentações. Quando um professor se mostra insatisfeito com a profissão ele mesmo declama “Quem mandou não estudar” e se não diz, ouve de um colega também insatisfeito com o ofício. Mas espera aí, então quer dizer que para ser professor não precisa estudar? Durante os quatro anos numa faculdade, sem contar os três anos de Magistério ou quatro de Normal Médio e ainda um ano de especialização, sem contar com Mestrado e Doutorado, não necessitou de leituras, de pesquisas, de reflexão, bastou apenas frequentar a instituição de ensino e estava garantido o diploma?
É no mínimo absurdo pensar assim, e mais, é deprimente essa quase confissão, pois realça e alicerça a ideia de que só estuda quem faz Medicina, Direito, ou seja lá qual área que dá status. Esquece-se, porém que os profissionais de todas as áreas passaram pelas mãos de um professor, ou melhor, de um professor que estudou. Se hoje vivemos num país onde sobram empregos e faltam profissionais capacitados é porque nas salas de aula de todo país estão professores que não estudaram, e se não o fizeram como irão cobrar que seus alunos estudem.
Estudar faz parte da vida de qualquer profissional, mesmo quando se conclui todas as etapas acadêmicas. Não dá para entender como o professor entra numa sala de aula sem fazer uma leitura do conteúdo a ser ensinado, sem atualizar o conhecimento, sem estudar! E isso vale para qualquer profissional. O médico que não estuda apenas receita, sem examinar, o engenheiro que não estuda orienta seus mestres de obras numa construção sem um bom alicerce, o advogado que não estuda ganha cliente na mesma proporção que perde causas.
É importante refletir que em toda área de atuação existem missões a cumprir: o médico cuida da vida, o engenheiro constrói paredes para que as pessoas vivam melhor, o advogado garante o cumprimento dos direitos para o bem viver e o professor que estudou e estuda promove a vida plena. Quando essa missão de promover a vida plena for entendida, certamente diminuirá a quantidade de pessoas nos ambulatórios, nos escombros de um prédio mal projetado e nos presídios, porque os profissionais que sentaram nas carteiras escolares tiveram professores que além dos conteúdos programáticos deram sentido as suas aulas, entenderam os mais diferentes comportamentos, respeitaram e aperfeiçoaram aptidões, pois assim como médicos, professores também estudaram o comportamento humano durante as aulas de Psicologia e por isso foram vendedores de sonho.
Embora não seja tarefa fácil, com certeza, é muito gratificante, pois dar a própria contribuição na formação intelectual da pessoa e ser sempre lembrado durante toda a vida pelas marcas positivas que foram impressas no coração de cada estudante, faz do magistério não apenas uma profissão, mas uma verdadeira missão.
Se não é tarefa fácil educar, também não é fácil não ser reconhecido como deveria pelos governantes e pela sociedade como um todo, resquícios da história política do nosso país, no entanto é sempre bom voltar no tempo e fazer uma retrospectiva na história da educação para entender os avanços na área e deixar então de reclamar e menosprezar a própria profissão.
A "coitadização" do professor é um discurso infantilizador de alguns,infelizmente próprios professores, que tratam a si mesmos e ao colegas de profissaçõ como um pobre coitado, uma vítima - objeto, e não sujeito, de sua ação. Esse discurso diz respeito à desvalorização social do professor. Diz-se que a carreira de professor é desmerecida pela sociedade, e que a baixa auto-estima resultante dessa estigmatização está entre as causas do insucesso docente e do fracasso da nossa educação. Definitivamente não acredito que a profissão de professor seja vítima de preconceito. Pelo contrário, aliás. Onde quer que eu vá, vejo manifestações de apreço e encorajamento aos professores.
Há uma série de prêmios, regionais e nacionais, destinados à categoria. Por outro lado jornais, revistas e programas de TV se referem aos professores como verdadeiros heróis. Quando acontece algum desrespeito a professores logo vira destaque na mídia e é vista com indignação e reprovação. É certo que a sociedade brasileira entende o papel fundamental do professor na formação de seus filhos,basta então que o próprio professor entenda e acredite na importância do seu papel na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.Basta que o professor mude a prática e rejeite a frase que intitula este desabafo.
Adriana Kelly


Crônica tirada de uma notícia de jornal.

Era madrugada quente, típica de uma madrugada de verão num país tropical. Quatro amigos andavam pela principal rua da cidade. Ali bem perto havia uma praça, onde namorados gostavam de ficar, mas já era tarde, estava tudo deserto. A cidade dormia menos os quatro amigos. O mais jovem de 19 anos era o mais entusiasmado de todos e o tempo todo instigava o restante do grupo a brincar com fogo. Literalmente.
Brincar com fogo sempre foi um terror para os pais, não há criança que não se sinta atraída pelas labaredas, pela fumaça, pelo calor do fogo, é perigoso e por isso atrativo, no entanto aqueles rapazes já não eram mais crianças e mesmo assim os seus olhos brilhavam com a possibilidade de brincar com fogo.
E assim seguiram combinando e dividindo a missão de cada um naquela madrugada. Um buscaria gasolina, o outro providenciaria fósforos, os outros dois aguardariam no lugar marcado. Minutos se passaram quando os dois rapazes chegaram trazendo o que foram buscar e então resolveram atear fogo. Mas onde? Será que queriam fazer um lual, com direito a violão e músicas românticas que certamente agradariam as moças em seus quartos com janelas que dão para praça.
Era comum nos anos 60 e 70 eventos como esses acontecerem, os boêmios como eram chamados os rapazes que faziam da madrugada seu palco e as estrelas sua plateia, enchiam as praças, as calçadas das enamoradas de melodias apaixonadas. Juventude saudável dirão muitos hoje em dia.
Mas voltando aos quatro amigos, o que pretendiam de posse da gasolina e de um maço de fósforos. Nada de mais, queriam apenas tocar fogo, ver as labaredas subirem, até aí tudo bem, não fosse a falta total de humanidade. Eles atearam fogo em dois moradores de rua, que dormiam sobre o teto de estrelas. Era apenas uma brincadeira...
Adriana Kelly