sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

11º Encontro
20/11
TP2
Iniciamos o encontro com a leitura dos textos produzidos pelos professores,os textos já haviam sido entregues a mim e a socialização se deu nesta data.Os textos já foram pstados no blog.
A temática do TP2 estava sendo muito esperada pelos cursistas, uma vez que, há muitas interrogações sobre o ensino da gramática.
Como sabemos a gramática normativa reinou e continua reinando nas aulas de Língua Portuguesa e o que é pior continua amedrontando e sendo motivos de reprovação para muitos alunos.
Apesar dos professores,alguns,já trabalharem a gramática,ou seja, a função social da gramática, contextualizando e fazendo e provocando reflexões,há por parte destes muita insegurança,afinal de contas os cursos de especialização ainda deixam muito a desejar nesse sentido.
A Linguística tem conseguido, aos poucos, adentrar no ensino da língua e é através desse estudo que nós professores de Língua Portuguesa nos sustentamos e mudamos a concepção sobre gramática.
Existem ainda, professores que radicalizam e cometem um grande equívoco quando entendem que ensinar gramática é coisa ultrapassada.
Pois bem aqui vamos ao estudo do TP2 e esperamos encontrar respostas para nossas angústias.
Os objetivos da unidade 5 são bem interessantes e já cumprem de cara a missão de nos revelar como devemos trabalhar a gramática em sala de aula.

1- Caracterizar a gramática interna e o ensino produtivo;
2- Caracterizar a gramática descritiva e o ensino reflexivo;
3- Caracterizar a gramática normativa e o ensino prescritivo

A primeira leitura para posterior discussão foi a do texto de referência, O ensino da Gramática no ensino fundamental e médio: a abordagem gramatical mais adequada para se enfrentarem as questões decorrentes do fato de que há uma interface texto-gramática.

Para descontrair um pouco, embora não fugindo das reflexões fizemos a leitura do texto O assassino era o escriba, já mencionado nos encontros de formação com Aya.
O ASSASSINO ERA O ESCRIBA
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito
inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os E.U.A
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia matei-o com um objeto direto na cabeça.

(Paulo Leminski.Caprichos e relaxos.São Paulo: Brasiliense,1983.p.144)

Por se tratar de um poema metalinguístico, que retrata bem o tipo de aula desinteressante de muitas escolas atuais. E por ser um texto irônico ao extremo, bem como pela crítica a alienação das aulas de análise sintática, foi interessante apresentá-lo aos cursistas, uma vez que estávamos tratando justamente da não contextualização do ensino da gramática.
Para que o estudo da sintaxe não se torne inócuo, é essencial que o professor faça cada explicação ter sentido aplicado ao mundo. Assim, teremos um ensino de português mais atraente... E talvez assim, muitos alunos deixem de querer esganar o professor com o primeiro objeto direto que tiverem à mão.essa foi uma colocação da professora Micheline.

Continuamos o estudo com a leitura do texto Pluft,peça teatral infantil de Maria Clara Machado,pagina 22 e 23 do TP2.
Logo em seguida, em grupo os professores responderam a atividade 5 e socializando posteriormente as respostas.

Outro texto lido e discutido foi Osarta de Lygia Bojunga e também realizamos as atividades das páginas 28 e 29.

Lemos também o resumindo e estendemos as falas sobre as três concepções de gramática: a interna, a descritiva e a normativa e assim falamos sobre dois livros de Marcos Bagno que são excelentes para que passemos a entender e aceitar o quanto estávamos equivocados ao ensinar regras, regras e mais regras que no final das contas não ajudam muito nossos alunos a serem produtores de textos orais e escritos e o mais lamentável, ouvir deles que Português é difícil e lermos ao final de bilhetes a seguinte frase: desculpe os erros...
Os livros mencionados foram A língua de Eulália e Preconceito Línguístico,ambos trabalhados nos cursos de pós-graduação.

E como é de costume um trabalhinho em grupo foi proposto:
• Escolher um dos textos do TP2 para a partir dele fazer um planejamento de como trabalhar a gramática em classe

A oficina foi um pouco mais curta, pois havia outro compromisso na Secretaria de Educação, já agendado.

No entanto ficou determinado que nas aulas atividades,na escola, os professores se reuniriam para:

Ler o texto “Na gramática da escola cidadã todo verbo é transitivo”da escritora e formadora do Gestar II, Aya Ribeiro e elencarem o que mais acharam relevante para socialização no encontro do dia 19/12.
Quanto ao avançando na prática, não houve depoimentos, uma vez que todos os professores estão fazendo revisão para as avaliações do IV bimestre e também porque já ficou combinado que em 2010 todos os AAAs ,assim como todo material do Gestar II servirá de base para o planejamento,mesmo para os professores que não participram da formação, havendo assim uma espécie de multiplicadores em cada escola. Achei a ideia fantástica.
Então, até a próxima!